Nina, saindo da solidão

NINA
Falemos de Almas
Mãos trémulas, suplicantes
Por um afago, um aconchego
De uma solidão, sem razão
Maior, que a d’um cão
Rostos maltratados, cansados
Rugas hipotecadas, escondidas
Em maleitas passadas e perdidas
Olhos apagados na linha do horizonte
Não vendo solução, em nenhuma fonte

Falemos de Gente
Um prato sobre a mesa, vazio
Um olhar, triste, cansado e frio
Um desânimo, uma falta de alento
Nunca tão acentuado, como no momento

Falemos de Vidas
Aprisionadas em becos sem saídas
Para quem uma cova era paz e sossego
Glória de uma vida sem jeito
Tais foram as dores de peito

Falemos de Nós
E de quantos de Nós,
Frágeis como uma noz
Nos sentimos tão sós
Desatando tais nós

Porém …
O Arbusto verga mas não quebra
Sempre seremos alguém
Ainda que por ninguém.!

- Juvelina Perreira -